domingo, 13 de novembro de 2011

Crónica: A Evolução do Vestuário... o Vestuário entre os anos 30 e 60

A tendência da moda entre os anos de 1930 /60 caracteriza-se por uma constante e livre criatividade, constante busca de beleza, acentuada feminilidade e crescente emancipação da mulher.

Após a crise de 1929, a manifestação de glamour e luxo instalou-se no subconsciente coletivo, originando uma moda em que cetins, veludos, jóias, chapéus, peles, vão dar novas cores à década de 30.
Redescobriram-se as formas do corpo da mulher através de uma beleza refinada, sem grande ousadias.
A elegância da mulher sobressai na cintura subida, nas saias mais amplas e compridas do que nos anos 20, alargando-se para os tornozelos, nos decotes mais pronunciados nas costas, sobretudo nos vestidos de noite.


Para além destes trajes românticos, roupas desportivas para as várias categorias de desportos e trajes de proteção impermeáveis são também desenvolvidos, criando uma moda mais versátil e barata.
A prática do desporto intensificou-se, e as mulheres com o corpo mais exercitado adotaram o uso de shorts, meias soquetes e roupas de banho mais curtas e com leves decotes nas costas.
Tecidos mais leves e mais baratos como o piquê de algodão, cambraia, musselina e organdi, com nova estamparia, passaram a ser mais frequentemente usados pelas mulheres.
Os acessórios acompanharam esta evolução, destacando-se cintos com fivelas de pedras e brilhantes, bolsas e sandálias combinando com a roupa em tecido e cor. Surge o sapato de biqueira aberta, os peep toe e os saltos plataformas.


Como sempre, o cinema continua a ser motivador para o génio criativo dos estilistas. Os modelos criados para as vedetas da sétima arte, citando como exemplo a sensual Greta Garbo, passaram a ser símbolos a imitar por todas as mulheres.
A 2ª Guerra Mundial veio transformar as tendências dos anos 30. Apesar deste período sombrio, os estilistas não perderam o bom gosto. As saias tornaram-se mais largas, mais curtas e retas, surgindo também casacos com capuzes, toucas de dormir, pijamas de cetim, saias drapeadas.
Além disso, a guerra obrigou as pessoas a escolherem roupas adequadas para andar de bicicleta, uma vez que o racionamento de gasolina diminuiu a quantidade de automóveis em circulação, ganhando espaço o short e a saia-calça.


Em 1945, com o fim da guerra, tentou-se novamente o retorno do glamour dos tempos passados. Em 1947, surge o New Look, que predominou em toda a época de 50. Consistia numa cintura bem marcada e em saias extremamente rodadas – estilo Marilyn Monroe.


Destacam-se também as produções de estilo romântico com saias cheias, ombros e cintura justos de Cristian Dior, a cintura mais alta para alongar a mulher e a mistura de cores de Cristóbal Balenciaga, os vestidos tubo que delineavam as curvas femininas, colarinhos altos e laços grandes em torno da cintura de Jacques Fath e a inovação do bikini do estilista Louis Réard.

                                                                           DIOR - 1952                        BALENCIAGA - 1955 - PARIS          JACQUES FATH - 1953

Em oposição a esta elegância surgiu a “moda estudantil”, mais desportiva e cómoda. As mulheres usavam suéteres largos com saias ou calças justas.


Por altura de 1957, jovens estilistas como Pierre Cardin, André Courèges, Emanuel Ungaro e Yves Saint Laurent iniciam-se no mundo da moda, criando modelos para todas as classes sociais.
A variedade de roupas aumentou desde então, tanto para homens quanto para mulheres.
Apesar do sucesso dos trajes básicos, permanecia o charme do requintado. Balenciaga impõe modelos com formas geométricas exageradas, conjuntos de calças com as pernas finas, e o cós baixo. Pierre Cardin destaca-se com decotes assimétricos, golas roulés, vestidos retos e apertados, meias calça e botas de cano alto. Emanuel Ungaro apostou nos decotes simples, sem gola e combinações de cores fortes.        


Estávamos no limiar da década de 60...
Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor
Até breve...
Augusta.

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