O Dia Internacional da Mulher

 

"O avanço das mulheres e a realização da igualdade entre homens e mulheres são uma questão de direitos humanos e uma condição para a justiça social e não deve ser visto isoladamente como um problema das mulheres. "

Quarta conferência mundial sobre a mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz. Pequim, 1995.

No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Este dia é o símbolo de luta revolucionária mundial das mulheres pela conquista de direitos próprios e contra todas as formas de discriminação.

É costume ligar a criação do Dia Internacional da Mulher à homenagem aos trabalhadores mortos, na sequência de uma greve, realizada em 8 de março de 1857, numa fábrica de fiação ou por costureiras de calçado, em Nova Iorque. Se esta hipótese carece de fundamento histórico, a verdade é que a sua origem remonta às manifestações feministas por melhores condições de trabalho e direito ao voto, no início do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra, na Europa e nos Estados Unidos. Destaca-se o de 8 de março de 1908, quando trabalhadoras do vestuário marcharam sobre a cidade de Nova Iorque, exigindo a redução de horário, melhores salários e direito ao voto.

Em 1909, em honra desta greve, o Partido Socialista da América designou como o primeiro Dia Nacional da Mulher o 28 de fevereiro. Este dia continuou a ser celebrado no último domingo daquele mês até 1913.

No ano seguinte, a Internacional Socialista, reunida em Copenhaga e por proposta de Clara Zetkin, estabeleceu o Dia da Mulher, de caráter internacional, ainda sem data fixa, para distinguir o movimento pelos direitos das mulheres, nomeadamente, a obtenção do sufrágio universal.

Como resultado da Conferência de Copenhaga, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado pela primeira vez na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça, a 19 de março de 1911, exigindo para as mulheres os direitos de votar e ocupar cargos públicos, ao trabalho, à formação profissional e o fim da discriminação no trabalho.

Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913).

De 1913 a 1917, a comemoração do Dia Internacional da Mulher tornou-se também um mecanismo para protestar contra a Primeira Guerra Mundial, realizando-se quer em 28 de fevereiro, quer em 8 de março.

Nas décadas seguintes, as mulheres continuaram a lutar pela igualdade de direitos e a data passou a ser comemorada com mais intensidade na década de 60 com o fortalecimento do movimento feminista. O facto é que não se sabe com precisão por que foi escolhido o dia 8 de março, mas a verdade é que se consagrou ao longo do século XX.

Em 1945, a Carta das Nações Unidas foi o primeiro acordo internacional ao declarar o princípio da igualdade entre mulheres e homens.

Em 1975, durante o Ano Internacional da Mulher, em sinal de apreço pela luta então encetada pelas mulheres e pelas conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, as Nações Unidas adotaram o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher.

Em dezembro de 1977, a Assembleia Geral aprovou uma resolução proclamando um Dia das Nações Unidas para os Direitos da Mulher e da paz internacional a ser observados em qualquer dia do ano pelos Estados-Membros, de acordo com as suas tradições históricas e nacionais. Para as Nações Unidas, desde 1975, o Dia Internacional da Mulher foi consagrado a 8 de março.

O Dia Internacional da Mulher foi assumindo uma nova dimensão para as mulheres em países desenvolvidos e em desenvolvimento. O crescente movimento internacional feminino, o empenho da ONU, auxiliando a criar acordos a nível internacional, envolvendo estratégias, leis, projetos e metas para melhorar o estatuto das mulheres no mundo (realização de conferências sobre as mulheres - na Cidade do México, em 1975; em Copenhaga, em 1980; em Nairobi em 1985;em Pequim, em 1995), permitiram que esse Dia fosse um apoio para a concretização dos direitos sociais, políticos, económicos e culturais das mulheres.

O Dia Internacional da Mulher é comemorado em muitos países. É um dia de reconhecimento pelas lutas e pelas conquistas obtidas. E de esperança para as futuras gerações no desbravamento de novos caminhos, demonstrando que, mesmo sem perderem a sua feminilidade, podem ter sucesso como os homens, ocupar os mesmos lugares na política, na sociedade e no trabalho, concretizando uma nova forma de pensar, viver e agir.

Henrique Monteiro

Prof./Editor/Escritor

Até breve...
Augusta.