domingo, 27 de janeiro de 2013

Mundo Mulher (V) – Maria Callas

MUNDO MULHER
WORLD WOMAN
MONDO DONNA
MUNDO MUJER
MONDE FEMME
WELT FRAU


Maria Callas 








Esta mulher pode cantar
qualquer coisa escrita para
a voz feminina”.

                     Maestro Tulio Serafin





Maria Callas (Maria Cecilia Sofia Anna Kalogeropoulou), filha de emigrantes gregos, nasceu em Nova Iorque, a 2 de dezembro de 1923. Em 1937, após o divórcio dos pais, regressou à Grécia com a mãe. Iniciou os seus estudos de canto no Conservatório de Atenas, com a soprano Elvira de Hidalgo.
Quatro anos mais tarde começava a cantar profissionalmente, com a Companhia de Teatro Lírico de Atenas, estreando-se, em 1941, na Ópera de Atenas com a “Tosca” de Puccini. Nos quatro anos seguintes apresenta-se nas óperas Tiefland, Cavalleria Rusticana, Fidelio e Der Bettelstudent.
Em 1945 voltou para Nova York com o intuito de iniciar uma carreira de sucesso na ópera. Não tendo conseguido o contrato para atuar no Metropolitan Opera na temporada de 1946/7, regressou à Europa.
Em 1947, estreou-se em Itália, na Arena de Verona, com "La Gioconda" de Ponchielli, sob a direção do maestro Tulio SerafinEm 1948, notabiliza-se com a sua interpretação admirável como protagonista da ópera “Norma” de Bellini, em Florença.
No ano seguinte, a sua interpretação, na mesma semana, das récitas de “I Puritani” de Bellini e “Die Walküre” de Wagner, tornou-a conhecida mundialmente.
Em 21 de abril de 1949, casou-se em Verona, Itália, com Giovanni Battista Meneghini, 30 anos mais velho do que ela, e que se tornou seu empresário.
A partir de 1950, Maria Callas começou a apresentar as suas mais brilhantes atuações nas mais importantes casas de espetáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Convent Garden e Metropolitan. São os anos dourados da sua carreira e da sua fama a nível internacional. Trabalhava intensamente e, em mais de uma ocasião, subiu aos palcos contra a recomendação de seus médicos.
Maria Callas possuía uma voz poderosa, com uma amplitude fora do comum, um timbre único e emblemático. Esta ampla extensão vocal aliada ao perfeito domínio das técnicas do canto lírico, aos grandes dons dramáticos (a habilidade de expressar na sua voz as emoções e representar no palco as particularidades psicológicas das suas personagens), à recuperação de óperas há muito esquecidas e por ela interpretadas, transformaram-na na maior soprano da história do estilo lírico e na mais famosa intérprete operística do século XX. Daí o nome “A Divina”.
Em 1958, Maria Callas atuou no Teatro Nacional de São Carlos que encantou e que, naturalmente, fez as primeiras páginas dos jornais da altura.
Em 1959 divorcia-se de Meneghini. Manteve, em seguida, uma relação de nove anos com o milionário grego Aristóteles Onassis, junto a quem não encontrou a felicidade. Esta relação provocar-lhe-ia uma instabilidade emocional. Procurando dedicar-se inteiramente a Onassis, tornou -se figura assídua em noites de festa, parou de ensaiar, adiou e cancelou apresentações.
No final desta década, a sua voz começa a apresentar sinais de declínio. As suas participações em óperas completas foram rareando. A sua carreira passa a limitar-se a recitais e noites de gala.
Em 1964, volta aos palcos com “Tosca”, no Convent Garden, tendo como seu parceiro Tito Gobbi.
Em 1965, ocorre a sua última participação numa ópera completa – a apresentação de “Norma” na Ópera de Paris. A sua saúde e voz debilitadas não lhe permitem chegar ao fim, desmaiando no fim da terceira parte.
Em 1968, Onassis casa não com Maria Callas, como ela esperava, mas com Jackie Kennedy. Tal contribuiu ainda mais para a sua instabilidade emocional.
No início dos anos 70, passou a dedicar-se ao ensino de música na Juilliard School de Nova Iorque e, em 25 de maio, foi levada à pressa para o hospital, sendo anunciado que tentara cometer suicídio tomando excesso de barbitúricos.
Em 1973, retornou aos palcos para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente ao lado do tenor Giuseppe di Stefano.
Contudo, a sua voz já não tinha o mesmo vigor. Em 11 de novembro de 1974, cantou em público pela última vez na cidade de Sapporo, no Japão.
Onassis, com graves problemas de saúde, morre em 15 de março de 1975. A sua morte é considerada um dos principais fatores que contribuiu para o declínio físico e psicológico de Maria Callas. Esta procura isolar-se do mundo, passando a viver na Avenue Georges Mandel, em Paris, com a companhia da governanta e do motorista.
A tentativa para que retome outras funções e ou novos projetos artísticos não a interessam.
Em 16 de setembro de 1977, pouco antes de completar 54 anos, no seu apartamento em Paris, morre sozinha, na sequência de um ataque cardíaco, provavelmente devido a ingestão excessiva de tranquilizantes.
O seu funeral foi realizado em 20 de setembro. Maria Callas foi cremada e os seus restos mantidos no cemitério de Père Lachaise, em Paris.
Na primavera de 1979, as suas cinzas foram levadas para a Grécia e espalhadas no mar Egeu, como era seu desejo.


Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor
Até breve...
Augusta.



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