domingo, 28 de abril de 2013

Mundo Mulher (VIII) – Guilhermina Suggia

MUNDO MULHER
WORLD WOMAN
MONDO DONNA
MUNDO MUJER
MONDE FEMME
WELT FRAU

Guilhermina Suggia 






"Suggia é soberbamente temperamental, sendo sempre ela que dirige o seu temperamento, sem nunca ser dirigida por ele. No Concerto de Schumann anima com o fogo da sua personalidade o que de outro modo ficaria morto; com a esplêndida largueza de arco e a vivacidade do seu som, Suggia dá alento e brilho à peça."
 
The Daily Mail, 27 de Outubro de 1922





Guilhermina Suggia nasceu em 27 de junho de 1885, na freguesia de S. Nicolau, no Porto.
Esta “ menina prodígio” começou a estudar violoncelo em Portugal, aos cinco anos, tendo o seu pai, Augusto Jorge de Médin Suggia, violoncelista no Real Teatro de S. Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa, sido o seu primeiro professor.
Com apenas 13 anos era violoncelista principal da Orquestra da cidade do Porto, tendo dois anos mais tarde, atuado no Palácio Real de Lisboa.
Em 1901, Suggia parte para Leipzig com uma bolsa concedida pela rainha D. Amélia para estudar sob a orientação do célebre professor Julins Klengel que, imediatamente, a considera uma celebridade.
A vida de Suggia transforma-se rapidamente e, a partir desta altura, é acolhida nas melhores salas de concerto da Europa, como Haia, Amesterdão, Viena e Paris onde se encontra em 1906. Aqui conhece o violoncelista Pablo Casais com quem tem uma relação amorosa, passando a viver juntos na Villa Molitor, onde deram extraordinários serões musicais. Contudo, esta relação amorosa termina em 1913. Guilhermina mudar-se-á para Londres no ano seguinte e Casais casar-se-á com uma cantora norte – americana.
Em Londres tocou com a Royal Philharmonic Society, a BBC Orchestra e a London Symphony Orchestra, tendo dado concertos no Royal Albert Hall.
As suas entradas em palco ficaram célebres, surgindo como uma prima-dona esplendorosa, imponente, magnetizando o público ao unir a técnica a e a compreensão absoluta da obra.
Apesar de se manter ligada à capital inglesa, casou no Porto com o médico José Casimiro Carteado Mena. Possuía ainda uma casa em Leça da Palmeira, para onde, conduzindo o seu Renaut preto, se dirigia com um dos seus cães, Mona ou Sandy, e o violoncelo. Era possuidora dum humor britânico e, ao contrário das senhoras do Porto, já praticava ténis, remo e natação.
Durante a Segunda Guerra Mundial Suggia permanece mais em Portugal, tendo sido solista no concerto de apresentação da Orquestra Sinfónica do Conservatório de Música do Porto. Ao mesmo tempo, reforçou os laços musicais com compositores musicais portugueses e em 31 de maio de 1950 tocou, pela última vez em público, num recital no Teatro Aveirense.
Em junho foi sujeita a uma cirurgia numa clínica de Londres, onde lhe foi detetado um cancro inoperável.
Acarinhada pelos amigos e pela própria rainha da Inglaterra que lhe enviou um bilhete e flores, viria a falecer no Porto, na noite de 30 de julho de 1950.
 
 
Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor
Até breve...
Augusta.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário